Taxa de desemprego recuou para 9,8% em maio, mas renda média caiu 7,2% em um ano; alta da informalidade e inflação explicam fenômeno
Apesar da queda do desemprego, a renda média dos brasileiros continuou fragilizada. Até maio, o rendimento real habitual do trabalho foi estimado em R$ 2.613, o que indica relativa estabilidade frente aos três meses anteriores (R$ 2.596). Porém, na comparação com igual trimestre de 2021, a renda caiu 7,2%. De março a maio do ano passado, o indicador estava em R$ 2.817.
Essa queda na renda aconteceu mesmo com a queda na taxa de desemprego, que recuou para 9,8% no trimestre de março a maio, informou nesta quinta-feira (30) o IBGE. É o menor nível para esse período desde 2015, quando o indicador estava em 8,3%. Nos três meses imediatamente anteriores (dezembro a fevereiro), o indicador estava em 11,2%.
Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, são avaliados desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.
Após o baque gerado pela pandemia, o mercado de trabalho tenta se recuperar no Brasil. Segundo a Pnad, o número de desocupados chegou a romper a faixa dos 15 milhões no trimestre até maio de 2021, sob efeito da crise sanitária. Com a derrubada de restrições e a reabertura da economia, houve um processo de retorno ao trabalho, e o desemprego passou a ceder ao longo do ano passado.
A reabertura de vagas, contudo, vem sendo marcada por uma sequência de quedas na renda média dos trabalhadores.
O rendimento ficou mais enxuto em um contexto de volta dos informais ao mercado, disparada da inflação e abertura de empregos com salários mais baixos, dizem economistas.
Essa queda na renda mostra que a informalidade avança e os salários oferecidos neste ano, após o recrudescimento da pandemia, são menores. Além da queda da renda, de 7,2% em um ano, a inflação alta, acima de 12% ao ano, também reduz o poder aquisitivo do brasileiro. (Com agências)
Fonte: https://www.otempo.com.br/economia/renda-do-brasileiro-cai-reposicao-no-mercado-de-trabalho-e-com-salario-menor-1.2691976