Pouco se tem para comemorar neste dia Mundial da Água. Segundo dados do IBGE, o Brasil possui 6,1 milhões de residências sem água encanada, totalizando mais de 18 milhões de pessoas no país. Quadro este que contrasta com os números dos principais consumidores de água do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), a agropecuária é responsável por 70% da água, seguido pela indústria, com 22%, e, por último, o uso doméstico, com 8%.
Em relação ao acesso à rede de esgoto, o cenário é ainda pior. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), apenas 49,1 do esgoto é tratado no país, sendo que a maioria dos dejetos é descartada à natureza sem qualquer tipo de tratamento.
Outro vilão, que contribui com a poluição dos mananciais de água no país, é o uso de indiscriminado de agrotóxicos. Especialmente fomentado pelas liberações do Governo Federal, Bolsonaro e sua trupe autorizaram 998 tipos diferentes de agrotóxicos desde que assumiram o poder, sendo que a maioria desses pesticidas são químicos, menos de 3% são biológicos. Insatisfeito em “apenas” queimar a Amazônia, Bolsonaro dá o aval para a contaminação da água em rios, aqüíferos, lagos, lençóis freáticos etc.
Por isso, neste dia mundial da água a reflexão é sobre como o país vem tratando esse bem tão importante para a sobrevivência humana. Somos um país berço das mais importantes bacias hidrográficas do mundo, temos recursos hídricos em abundância, enquanto outros países sofrem com a escassez. Chegou o momento de mudarmos nossa política de preservação dos nossos recursos naturais.